quarta-feira, 17 de julho de 2024

Princesa

Eu me acostumei a escrever de forma rítmica, 
Então me perdoe se parecer muito forçado
Ontem me vi pensando no antes, em nossa vida
Te conhecer foi o melhor acerto que fiz no passado
Sinceramente, nunca imaginaria que uma mulher tão linda,
Me deixaria acompanhá-la ao ponto de ônibus
Lembro que eu me senti um felizardo, apesar de estar assustado
Como eu poderia imaginar que você iria concordar? Quem diria?
Eu refleti um pouco ontem e cheguei a uma conclusão
Aquela escola deu-me a maior das alegrias, e a maior das tristezas
Quando nos separamos eu me senti um completo derrotado, sem coração
Não enxergava mais um objetivo, não possuía mais motivação, caí nas profundezas
O tanto que emagreci em depressão foi um espanto aos familiares,
Estava preso ao quarto, sem gestos, sorrisos ou gentilezas
Tudo o que eu desejava era reescrever meus atos, minha imaturidade
Torcendo para que a dor se ausentasse da minha cabeça.

Quando nos reencontramos, creio que se passará uns três, quatro anos
Eu mal acreditei nos meus olhos, aquele sorriso era único
Lembro-me das minhas pernas trêmulas, enquanto pensava "Como te amo"
Lembro-me da tristeza ao enxergar sua aliança dourada, que infortúnio
Quando a vi em seu dedo, quis sai em pressa, quis voltar à cela,
Mas, seu sorriso me prendeu a você novamente
Aquelas palavras doces de antes voltaram, curando as sequelas
Escutei seu desabafo, enfeitiçado pelos seus cachos reluzentes
Então suas mãos repousaram nas minhas, como se estivesse me contando
"Se acalma, respire, estou aqui!"
Sei que era visível meu nervosismo, estava me remontando
Seus olhos castanhos tão penetrantes me faziam rir,
Enquanto suas bochechas se levantavam, em um movimento que foi me reconfortando.

Hoje, quando te vejo deitada ao celular, sorrindo
Gostaria ver o tempo parar, apenas para desfrutar desses momentos
Te enxergo em cada parte da minha vida, me apoiando
Me amando, como sempre amou, e em troca, aqui, meu coração
Minha emoção, meus abraços, para afugentar sua solidão
Quero vê-la de rosa, vermelho, verde, azul, e de branco
Quero estar ao seu lado quando o último suspiro meu seja,
"Eu te amo!"

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Pânico do Amor

Doí bastante
Como pode palavras machucarem tanto?
Saí de lá em fuga, em instantes
Minhas pernas tremiam sob os pedais,
Suando sem parar, quase sem ar, sem acreditar
Estava há tempos sem escrever e retorno assim?
Deprimido, refém da tristeza, que fim
Estava, em rascunhos, criando algo romântico
Mas agora, tudo o que sinto é pânico
Cômico até, claro, de um ponto irônico
Almejar um retorno cercado de amor
E me debruçar em dor nestes papéis molhados
Coitado, dirão de mim? Será? Duvido
Controlei as lágrimas, logo, pareço estar mentindo
Seria mentira se eu não me controlasse,
E me atirasse, de braços abertos, a primeira curva?
Imaginei a dor de cabeça que causaria em meus pais
Seria dolorido tamanha loucura
Não queria tirá-los da tão confortável paz,
Então me controlei
Meus pés firmei, mas assumo que foi difícil
O direito simplesmente estava congelado no acelerador
E o outro se debatia acertando da porta, estava aflito
Faz muito tempo desde a última vez que pensei,
Que eu não voltaria vivo para casa, mas, cá estou
Expressando, ou melhor, detalhando como desabei
Aquela curva, logo ao canto do morro, me ludibriou
Tão comprometida em me permitir repousar sobre ela
Mas, como um relâmpago, acordei-me em intenso pavor
Estava incrédulo que conseguiria chegar ao lar,
Estando tão desestabilizado, fragilizado
Cada semáforo parecia uma eternidade, não me permitindo passar
Cada lágrima que descia em meu rosto deixava meus olhos embaçados
Tudo isso, favorecido pelo frio da noite, me despedaçava, sem parar
Sem um refúgio para acalmar minha mente, que trovejava
Que almejava um remédio para amenizá-la
O que eu estava sentindo eram apenas reações involuntárias,
Das farpas que acertavam minha mente em ferocidade
Estava me apegando a faísca de esperança de chegar vivo em casa,
E falhar miseravelmente em criar um semblante em naturalidade
Falhei em demonstrar um sorriso, sim, falhei nisso
Tudo que pude fazer foi, naquele instante, conviver com aquilo
E respirar lentamente, pelo bem do meu coração e da minha sanidade
E, como esperado, me isolei a partir daquele momento
Chorava de repente, enquanto isso, meu celular se encontrava desligado
Lá no fundo eu a estava desejando, mas, ainda estava doendo
Eu nunca tinha vivenciado tamanho pânico, acho que fiquei assustado
Foram talvez dois dias sem me comunicar, mas acabei cedendo
O tempo fez seu trabalho, a dor diminuiu e voltei a estar apaixonado
Talvez tudo isso faça parte de amar alguém em sua totalidade
Escutar tantas palavras de alguém que tanto é amada, é de assustar
Mas, é passado, tudo que desejo é que meu amor nunca acabe
E, que eu viva junto a ela até que eu possa repousar.