quinta-feira, 18 de julho de 2019

Distância

Esse será um texto sem foque nas rimas
Quero apenas te dizer meus medos
Eu não estava esperando uma intrusa em minha vida
Mas, acabou acontecendo, acabei te conhecendo
Não deveria, mas acabei me envolvendo
Não deveria, mas acabei te querendo
Às vezes eu te disse que tenho sonhos,
Em que você aparece, e me alegro, em prantos
E eu te afirmo uma coisa, escrever isso não foi um engano
De fato, sonho contigo, e, me irrito por isso
Pois foge do meu controle, você me deixou afoito
E, agora, e só agora eu finalmente entendi,
A razão por trás desse meu medo, outrora sem origem
Essa saudade que sinto, compreendi o por que ela não desiste
Tenho um medo compreensível, um medo plausível, que,
Com essa distância, você acabe conhecendo alguém,
Melhor que eu, ou simplesmente que esteja sempre presente
Isso me congela, pois é viável, penso nisso diariamente
E, ao pegar meu celular vejo, seis dias que você está ausente
Seis dias, e só consigo falar contigo virtualmente
Isso não está certo, isso está... errado
O meu coração, bipolar como só, já se sente só
Você está com outro, não está? Me fale
Confesse para mim, antes que meu coração se despedace
Eu queria que você falasse, de verdade,
Que seremos um casal, real
Queria te vê-la, poderia ser apenas aos sábados, tudo bem
Mas... eu só te vejo de cinco em cinco meses.

Eu disse e apoio, você se tornou mais importante que a minha ex
Ex aquela que me tornou o amador que sou com as palavras
Ex aquela que inspirou duzentas e poucas dedicatórias
Ex que tanto adorei amar, que tanto adorei conquistar
Mas, a dor que a sua ausência me causa não consigo explicar
E, não sei o que se passa em sua cabeça, a cabeça de mulher
Não sei se você é uma daquelas que adora torturar
Não sei se você sofre igual, mas se amedronta em contar
Meu medo é que, na carência pela ausência, outro venha a te acalmar,
Te abraçar, te conquistar, te roubar do meu amor
Esse é o pensamento que tenho, por quê já me acontecera no passado
Sei que não é sua culpa o valor que te coloquei, eu sei
Mas, eu só te quero aqui, do meu lado
Para que eu possa sussurrar em seus ouvidos que você é a princesa,
Retirada diretamente de um conto encantado.

Estou deixando o meu celular ligado, coitado
Mas, ele não me notifica, nunca, seus recados
Você desaparece, assim como um mago, sem deixar rastros
E, o pior de tudo, é que não posso fazer nada, estou atado
Posso pegar as chaves, ligar e sair de carro
Mas, não posso ir até aí, não posso... estou sendo brutalmente torturado
Fale que ficará comigo, que ficaremos juntos por mais que uma hora,
Que, apressado, comprarei aqueles anéis prateados,
Só... me fale...
(Assinado, um idiota apaixonado)

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Pobre Coração

Em um dilúvio de ideias,
Tudo o que me resta
É pensar nela.

Enquanto os dias passam,
E as noites me solapam
Busco refúgio, como um cãozinho assustado,
Em memórias aconchegantes, esperando reparo.

Exangue, diante a um sorriso vibrante,
Enlouqueço-me, deslumbrando o vermelho brilhante
Agonizada e desamparada, a triste saudade clama teu nome
"Donzela, para onde fugiste? Cansou-se deste teu amante?".

E, tal como Carolina
Musa, pudera eu audaciosamente chamá-la de minha
Transformaste na rainha de meu xadrez
Em águas, longínquas, em escassez
E, em olhos do vira-lata, preto e branco,
Resumo meu mundo sem "você".

Aguentei por horas a fio os gritos de solidão
Mas, o meu coração se encontra sem guarnição
Incapaz, pobre coitado, de se defender
Incapaz, pobre coitado, de se compreender
E, tudo o que ele consegue dizer, em desolação
Confesso, em murmúrios, não conseguir escrever
"Irei te amar em direção ao horizonte,
E jamais haverei de te esquecer".

Saudades

Às vezes se torna um conto cômico
Se lembrar de alguém que não irá voltar
Acaba por se transformar em algo momentâneo
Assim como um beijo que jamais voltarei a sentir
Aqueles lábios macios que jamais irei usufruir
Curvas que minhas mãos nunca mais poderão conduzir
Tudo o que resta é um pobre coração infeliz.

E, em demasiada expectativa
O abandono me deixou em profunda agonia
E, talvez sem um bilhete ou recado,
Aquela tristeza que eu julgava ter superado
Hoje está aqui, bem do meu lado
Sussurrando palavras que provocam lágrimas
Lágrimas em depressão, vazias, sem bela emoção
Debulhando-me, recordo outros contos, que pensava serem eternos
Assim como aquela frágil pétala,
Que prometera ficar comigo em inverno, e que se fora bem antes
Agora me vejo em péssimo semblante
Implorando que, em misericórdia, eu tenha mais uma chance
Peço apenas mais uma, desejando ardentemente um único romance.

A caneta começará a se revoltar
Em versos e páginas eu a abuso, sem parar
Sem folga, sem férias, noites a madrugar
Mas, ela sabe que, se eu a soltar
Eu irei me afogar, em mares sem horizonte
Mas deixarei no sótão este ser repugnante.