quinta-feira, 29 de julho de 2021

Contemplação à Madrugada

Me sinto perdido
Sozinho neste mundo obscuro
Me sinto como um menino
Com medo do céu noturno.

As ruas barulhentas
O ar pesado que acoberta a cidade
As pessoas moribundas junto as suas algemas
Em fileiras encadeadas em várias partes.

Em noites turbulentas,
Pela janela enferrujada
Bem longe, estrelas espalham-se em beleza
Vê-las me preenche, como rosas perfumadas.

O aroma da morte em repouso sobre meus ombros entristece
O peso não desaparece na neblina
Passo, como um carvalho, a enraizar preces
Refletindo o que fiz de errado em minha vida.

Fiz versos como meu íntimo tanto pede
Pernas padecem pelas ladeiras que desci
Neste caderno confesso meus piores remédios
Doutor, espero melhora, mas, irei embora a sorrir.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Antes de Me Esquecer

Semanas sem te ver me deixaram assim,
Tristonho, perdido, esperando você, como um cãozinho abatido
Já até esqueci o sentimento de ser feliz
Fiz alguns rascunhos, torcendo vê-la, não deu certo
Por isso faço mais um texto indeciso, qualquer que seja
Só queria você aqui comigo, princesa
Te faria uma serenata, ao pé de uma cerejeira, que pena
Estou sozinho, apenas contando os dias em meus dedos, no frio.

Parece bobo a maneira que estou
Sentindo falta de você em meu cobertor
Sentindo saudade de você me chamando de amor,
Enquanto eu apertava suas bochechinhas sem lhe causar dor
Bobo, não? O que posso fazer se você faz falta ao meu coração?

Queria escrever uma música ao som de um violão,
Para misturar meus sentimentos as notas em imensidão
Talvez escrever um soneto, curto e simples
Tudo para explicar o que sinto, arco-íris em excitação.

Tudo bem, sei que você é uma pessoa ocupada
Sei que seus dias não são como os meus, eu sei
Me doeu quando me respondeu, dizendo que sou carente, facas
Em meu peito você cravou, mas, ainda te amo, sabe onde estou
Me visite, mesmo que uma vez ao mês, por favor
Apenas mais uma vez, quero te abraçar apenas mais uma vez
Antes que você se esqueça totalmente de mim
Faça isso, apenas mais um beijo, e te deixarei partir.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Madrugadas Infernais

Sonhei contigo hoje, Marina
Não sei se tive uma boa noite de sono
Acordar e não te ver acabou com a minha alegria
No sonho, estávamos na varanda, em fim de ano
Ficamos aguardando os fogos e, de repente, gritaria
Festejamos a virada da maneira mais linda que conhecíamos
Beijando, enquanto te carregava nesses meus braços finos
Acordei bem chateado, madruguei pouco sonolento
Partimos para tão longe, não é?
Hoje moramos em mundos distantes, você aí e eu aqui, escrevendo.

Não sei bem o que pretendo com essas palavras
Não sei mesmo, talvez só desabafar
Sei que não me tem mais em pensamentos, disse até que fomos uma farsa
Falei para os esquilos do bosque sobre você ontem, para aliviar
Pesa tê-la em minha mente como uma assombração que não acaba
Letras atrás de letras e, nada de você se apagar do meu pensar.

Pensei até em comprimidos para fechar meus olhos
Maracugina não surtiu efeito, tão pouco Dramin
Os últimos dias não tem sido dos melhores
Para conseguir descansar tenho vivido assim.

Ainda não sei como escapar dessa tormenta
Parece até as bermudas malditas
Preciso escapar e voltar a viver sem sofrência
Mesmo que eu tenha que madrugar em festas, Marina
Abaixarei essas cortinas, para sempre, e viverei alegremente
Em pura essência.

Sofrendo a sós

Dizem que é muito difícil dizer adeus
Então não me diga, apenas se vire e vá embora
Leve consigo seus sentimentos, junto aos meus
Sentimos que tínhamos poucas horas
Só não imaginei que pediria a Deus para que você ficasse
Não pensei que iria doer tanto, meu peito chora
Quero me esconder, para que não vejas minhas lágrimas
Por quê? Te machuquei tanto assim? Que mágica
De repente me tornei ausente, como? Fiz de tudo para evitar sua partida.

O que tinha no bolso eu gastava, sem resistir
Tudo o que fiz foi para te ver sorrir
Tudo o que seus olhos cobiçavam, em brilho, eu comprava
Errei? Fiz tudo o que me pediu, me fez até desistir,
Do meu futuro, dos meus sonhos
Por que agora me maltrata?
Não te chamei de "anjo" o suficiente? Quer mais o que de mim?

Pensei até em me desfazer do que tenho,
Para te dar aquele vestido caro, e chique
Ou aquele tênis, que acabou custando mais de quinhentos
Tudo para saciar sua avareza e soberba, que ainda existem
Perdoe-me se não estive presente em alguns momentos
Eu estava me esforçando para satisfazer seus caprichos, foi por isso
E, mesmo que eu já tivesse sido alertado pelos amigos
Estou morrendo por dentro em te ver abrindo a porta
Burrice? Talvez, mas, não escolhi por quem eu iria me apaixonar
Agora choro, por não querer ficar sozinho, na copa.

Como faço agora?
Começo apagando as nossas fotos?
Como que eu faço agora?
Ver se restou algo aqui que seja nosso?
Nunca fiz isso
Como que faço para não ficar chorando?
O meu rosto está bastante molhado
Como faço? Como paro de ficar soluçando?

O que faço com os textos que escrevi para você?
Devo queimá-los em sinal de como me sinto ao te ver partir?
Sinceramente, não sei como vou dormir, se conseguirei adormecer
Eu lutava tanto por um mundo ideal para ti
Por que não me compreendeu? Tinha tanta raiva assim do meu ser?

Acho que sei porque machuca tanto
Nunca amei e beijei alguém antes de te conhecer
Já te falei isso uma vez, não construí bem os meus planos
Acho que foi isso, mas, está doendo, muito mesmo, para valer
Sinto que não serei digno de mais ninguém, e agora, o que fazer?
Já não sei mais escrever "te amo", sem me sentir só aqui
Quero aquele abraço de novo, daquele carinho raso que me dava
Mas, agora que você se foi, ficarei infeliz, escrevendo nada de bom
Faça com que passe logo, Deus, por favor, não aguento muito mais
Não quero existir, mas também não quero mentir dizendo que estou bem,
Em alto e bom som, por que só estarei disfarçando minha dor
Jamais pensei que me sentiria assim, enquanto meus sonhos foram sepultados
Mate-me, carrasco, corte essa cabeça que tanto dói, antes que eu faça algo pior.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Insônia Ansiosa pela Volta

Perdi o controle sobre a caneta
Ela não me permite descansar
Estou escrevendo letra após letra,
Sem parar, sem piscar, sem bocejar
A noite já me telefonou friamente,
Mas, minha mente hoje me surpreende
Requisitou minha total atenção, acredita?
Meus olhos estão serrados, como sempre
No entanto, sinto uma vontade de escrever sem tinta
Várias, e várias rimas em seguida, organizadas,
Em linhas entendidas como uma insônia mal resolvida
Convidando-me para uma despedida persuasiva.

Mas que mente tão inquieta essa minha
Boa noite, cabeça, boa noite, fique limpa
Preciso descansar, se não, tomarei medidas
Sei que só deseja ser compreendida, não a julguei
Só fique um pouco menos impulsiva, quero seu bem
Amanhã prometo escrever algo, tudo bem?
Não fique chateada, gosto de você também
Quero apenas uma noite menos agitada,
Para aproveitar a companhia da lua, e de mais ninguém
Já que hoje minha cama se encontra vazia
Mas, não sinta dó, ela não está fria, pois, logo após o sol nascer,
Estarei bem com alguém, sabes muito bem quem
Então adormeça, mente ansiosa, também está nervosa?
Tudo bem, mas, se acalme, logo o dia nascerá, daqui a algumas horas
Então, boa noite, cabecinha tão esperançosa.

Em uma Sombra Aconchegante

Minha nossa, como tudo mudou
Falei tanto sobre o amor,
E hoje o vivo sem a dor.

Escrever nunca foi tão prazeroso
Montar versos nunca foi tão reconfortante
Meu peito palpita, todo carinhoso
Hoje me sinto mais apaixonado do que antes
Tenho sonhos belos, sonhos sedosos,
Onde estou no jardim, aquele, logo ali no parque
Abraçado, despreocupado, em paz de verdade
Com a morena do lado, pássaros por toda parte
Piando notas enquanto eu, em violão, as toco para ela,
Princesa, a Bela, tão aconchegada à sombra das folhas velhas.

Com minhas pernas secas eu a carrego em desfile
Deixo minhas mãos sentirem seu vestido
Ela me abraça, como se eu fosse arder em brasa, meu coração ferve
"Mantenha a calma", mas, que amor bobo, rejuvenescido, que me salva
De noites mal dormidas, de pesadelos que me ferem
Em pausa, aprecio o vento leve sobre aqueles cachinhos cor de nozes no inverno
Digo, e repito, que não sejamos breves, e sim, eternos.

Passarei a visitar com mais frequência esse florido jardim
Tenho certeza que ele só deseja fazer bem a mim
Já que hoje estou feliz, sim, feliz
Não me sinto mais sozinho, almejando um conto romântico
Hoje o vivo, sem temor ou hesitação, um mundo fantasioso e contemporâneo.

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Repouse, princesa

Até assistir ela dormir me traz paz, como pode?
Tão quietinha, tão segura, velejando em sonhos
Como não dedicar mais e mais? Tenho tanta sorte
Poder vê-la feliz do meu lado só me motiva com os planos
Ficamos tantos anos longe, e continuamos fortes
E, quando nos reencontramos, caímos em prantos
Tamanha falta que ela me causou, que escrevia em cortes
A solidão estava me degustando todos aqueles anos
Agora a tenho perto de mim, como eu poderia pedir mais que isso?
Tudo o que tenho feito é viajar em seus beijos, meus queridos vícios.

Enquanto caminhávamos pelas pedras da minha cidade, a perguntei
Se o sentimento do passado a acompanhava ainda hoje
A resposta veio junto de um abraço, e um suspirante "mô", não aguentei
Apaixonei-me mais por ela, aquele aperto que ela me deu, me levou e me trouxe
De um conto ao mundo, de um mundo a uma fantasia de ogros e princesas, sonhei
Acordado, em pé, bem ali, na praça em que outrora eu caminhava tristonho sem ela
Flores, chocolates e dengo, como ela adora isso, uma bonequinha de porcelana que nunca ousei desejar
Mas, aqui estou eu, escrevendo enquanto a admiro dormir poucos passos de mim
Desejo, do fundo do meu coração bobo, que fiquemos juntos até o meu fim.

Acho que eu entendi o motivo de tamanha distância entre mim e você, querido caderno
Comecei esses meus textinhos por causa dela, e me ausentei pelo mesmo motivo
Como poderia pegar um papel para escrever sobre o amor, enquanto o mesmo estava fervendo?
Amei, amo, a amarei para todo o meu sempre, mesmo que em algum momento eu me encontre abatido
Tristonho, inativo, ainda pegarei a caneta para escrever sobre meu amor pela moreninha que amo a tempos
Estarei criando dedicatórias para aquele sorriso que me cativa enquanto espanta os dias sombrios.

Pensando bem, creio nunca tê-la feito uma serenata com teu nome
Medo dela encontrar e ficar zangada? Talvez
Esse pode ser o momento de homenageá-la em versos o quanto antes
Mas, como formar palavras sem elogiar e enfeitar várias vezes?
Já cantarolei para ela,
Já somei lembranças em fotos em polaroide
Difícil não me apaixonar ao pegar o celular e olhar para a tela
Vê-la beijando, e marcando minha bochecha, se eu falar o quanto ela me morde...

Nunca sofri para escrever enquanto a morena repousava em meus pensamentos
Sempre surfei entre memórias em aventuras, claro, sempre próximo ao porto
Perder-me era algo até comum, também, como não iria mais ao fundo tão intenso?
O oceano que ela me presenteou eu nadei, me afoguei e resgatei, aos poucos,
Aquele sentimento que borbulhava de amor no passado, e que hoje, me deixa propenso
A amá-la mais, a desejá-la mais, tudo a mais, sempre,
Enquanto apreciamos o nascer do sol, ao fim do porto, no cais.

Mesmo que algumas de minhas rasuras me amedrontem ainda
Várias se tornaram sinfonias tão, mas tão queridas
Pena que ela nunca chegou a ler todas elas, pena, espero que ela me entenda
Então, quem sabe um dia, eu não as revelem, afoito como só, talvez um dia
Enquanto estamos aqui, vou apenas apertá-la, fazer cócegas até ela chorar
Ou melhor, vou me declarar ao pé de seu ouvido e, em seguida, afogá-la em carinho
Ah, caderno, o que posso falar? Culpa do amar, não quero mais perdê-la e ficar sozinho
Quero sonhar de olhos abertos, ao fundo um arco-íris, embelezando ainda mais nosso castelinho
Ah, neguinha, Vitória, linda, o que mais posso dizer? Sou seu desde o começo, e assim, padeço louco com o seu sorriso. 

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Maluca & Divina

Amada minha, amada minha
Hoje lhe escrevo como sempre escrevia
Talvez um pouco mais leve, um pouco mais solto
Serenatas em seu nome se tornou um lazer,
Suas dedicatórias se tornaram meu sobrenome
Amada minha, jamais conseguirei explicá-la,
Tão pouco fazê-la compreender teu significado.

Cada mensagem em remorso que me envia
Cada lágrima escondida nas mensagens lindas
Todas as suas recaídas, reflexões da vida
Tudo isso me destrói, sem dó, a cada dia
Mas agora, aqui da minha escadaria, me emociono
Tadinho de mim, quando sinto vontade de dedicar
Pois, me emociono, afinal, minha amada é linda
É viva, extrovertida, culta, bem-vinda, maluca e divina
Maluca? Claro, a travessura que apimenta minhas noites em fantasia
Ah, as noites… A saudade, sádica, me mata repetidas vezes
Em seguida me ilude, dizendo que logo, tu estarás aqui
E então me maltrata, de novo e de novo, mas me vejo feliz.

Jamais pensei que estaríamos aqui hoje
Já que tudo deu-se início com um convite afoito, se lembra?
Ria, andorinha, sorria, Helena, Serena
Não há quem se oponha ao nosso amor, oh alma tão gêmea
Perdoe tamanha melosidade em tão curta folha
Não tema, caso a distância nos prenda, ou ofenda nossos sentimentos meigos
Imortais serão, graças as nossas escolhas, mas que casal perfeito.

Amada minha, parabéns, que viva eternamente
Como um diamante, uma joia tão preciosa
Que não sofra mais constantemente,
Que não chore mais intensamente
Amada minha, parabéns, estrela que tanto me guia,
Que tanto me ilumina e me orienta
Sem ti não saberia me definir
Agradecimentos tenho em milhões, milhares, montanhas
Viva comigo, que a cada semana que passar
Iria me dedicar, cuidar, prezar e me apaixonar cada vez mais.

Hoje e para sempre, de seu amor mais infantil
Obrigado por existir, por me tirar do frio da solidão
De coração, beijos a ti, mil, amada, mil.