terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Ilusão

O que é a ilusão
Se não um sofrimento atrasado?
Que chega no momento mais frágil
Trazendo um falso sentimento satisfatório
Acarretando em um fim trágico?

O que é a ilusão,
Se não a miragem de algo bom
Que se revela sem piedade,
Com exatidão, violência, inquietação.

O que é a ilusão,
Se não um boa noite,
Sem interferência do coração
Ou até mesmo um bom dia rancoroso
Talvez quem sabe uma oração,
Que pode ou não se realizar
Um pássaro, com asas, mas que nunca irá voar
O que é a ilusão,
Se não algo feito para se acreditar
Se enraizar, e enganar?

Cético

Este ano novo infelizmente será como os outros
Estarei apenas remoendo meus erros
Enraivecido pelos tantos enganos
Pelos "eu te amo" ditos com afeto, mas
Que acabaram morrendo no intenso deserto
E, me vi apaixonando novamente
O meu coração, tolo como só, se feriu gravemente
Se entregou, com caixa e tudo, tão inocente
Mas, na espreita daquele lindo jardim, se encontrava
A hedionda, repugnante falsidade, junto à ilusão
E, acabaram dilacerando o que pensava ser a tal paixão.

Este ano eu naveguei, sem encontrar terra
Beijei várias sereias, mas não encontrei a "certa"
Meus lábios se aqueceram no calor dos devaneios
Nas curvas e nos seios, em anseio
Mas, passarão a virada, em desespero.

Não espero um novo rumo, mudanças
Nunca conseguirei ser diferente do que sou hoje
Continuarei carregando a tristeza que tanto me cansa
Mas, talvez, só talvez, eu me torne um monge
Que eu passe a formar meus próprios planos
Sem que sofram mutações a favor de outros
Cansado eu me encontro, tantos desamores
Tantos desencontros, tantos abandonos
Tão cético ao ponto de esperar algo novo
Um amor, um conforto, até mesmo um sopro.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Moça

Se soubesse como te prezo
Se soubesse como rezo
Para que fiquemos juntos,
Sentir teus lábios de caramelos
Tuas curvas, como um deserto
Causando-me, a cada olhar,
Uma miragem em delírios perversos.

Moça, eis que te peço
Um pedacinho de tua harmonia
Apenas para cultivar a tal alegria
Aquela que outrora, outro ano,
Eu sentia, sem pesar, em boemia
Amo o teu sorriso ao luar
As pequenas mãos a me tocar,
Pequenas, mas imponentes
Afastando a solidão que tanto me almeja
Devorar.

Adormeça, em prol de sonhos belos
Enquanto aqui, eu remanejo versos
Eternos ao seu olhar castanho pinho
Não se perca, suplico, quando chorar
Eis aqui meu ombro, o chame de amigo
Busco silenciar minha luxúria
Um beijo, um abraço, uma ganância suja
Uma súplica, um beijo, à musa.

Sempre que admiro seu retrato,
Confesso, sem a necessidade,
Que meu coração palpita desenfreado
Grita em antiga e vivida felicidade
Desculpe-me, mas sinto tanta, tanta
Vontade de beijá-la, vontade tamanha
Que a razão implica, zangada, insônia
Resmunga em favor de meu, afastamento.

Esta cama aqui, pequena e solteira, chama
Afim de aquecê-la nas noites tristes
Os fios encaracolados que minha visão tanta ama,
Espalhados sobre o travesseiro,
Desta pequena e solteira cama.

Moça, como és linda, por Deus
Um pedido a mais para ele,
Para que eu seja somente teu
Mal sabes como meu mundo sofreu,
Quando partires sem uma carta
Mas, as malas estão intocadas
Nossas memórias, nossas palavras
E cá estou, te desejando ardentemente,
Enquanto busco uma tática inusitada,
Para fazê-la repousar em minha casa
Tolo, iludido, ou quem sabe louco
Mas o que sinto por ti nunca será pouco
Pois então, termino dizendo isto,
Que meu amor por ti, Moça, é um tesouro
E que eu jamais o perca,
Eu te amo.

sábado, 9 de novembro de 2019

Rosas & Perfumes

Meu coração frequentemente me pergunta
Ele deseja saber se você está bem
Nunca consigo responder a sua dúvida
Não sei dizer se você está feliz, ao lado de outro alguém
Mas também, isso não importa
Pois, lá no céu, aquela estrela possui a resposta
Sei que você está sorrindo, pois ela ilumina
Queria senti-la, talvez uma serenata à prometida?
Não sei se gostaria, o mundo anda de forma tão esquisita
O romance deu lugar a baixaria repetida
Mas eu gostaria de escrevê-la uma simples poesia.

Por muito tempo eu sonhei contigo
Por muito tempo me senti deprimido, sozinho
As noites em claro me deixaram em puro delírio
As nuvens de março me torturaram, em sigilo
Mas, agora, estou vivo, em brilho eu sorrio
Escrevo, novamente, para o passado
"Como você tem passado?"

Não sei se ainda se lembra
Talvez foi melhor me esquecer no porão
Não sei se ainda condena
Aquele amor sofrido, em miragem de decepção
Como as rosas em jardim, eu a tinha em minhas mãos
Triste foi o fim, triste foi a resolução
Então volto agora, para dizer que sinto falta
Sinto muito, sinto você em minha triste solidão.

As constelações afastaram meus pensamentos
As estrelas tão distantes silenciaram meu sofrimento
Esquecer de você resultou em ensinamento
Não tive escolha a não ser conter meu tormento.

Meu coração simplesmente não entende
Que você se foi e não voltará
Ele simplesmente discute, inocente
Queria poder chegar perto dele e falar,
Que você voltará, mas isso seria imprudente
Sei que ele chora, sei que continuará
Mas sei também que uma hora o poço secará,
E ele irá se recuperar, valente.

Não sei se o cavaleiro que agora te acompanha,
É amado como um dia eu fui
Tão pouco sei se aquela que um dia chamei de dama,
Ainda existe, ou se destruiu
Mas, tudo bem, dizem que as pessoas mudam
Meu coração continua com os seus surtos
Meus lábios continuam vagando, entre cheiros e perfumes
Procurando um novo porto, um novo lar, um cardume
Crente que um dia encontrará uma sereia, que os afunde
Quem sabe um dia, quem sabe um pulo?
Talvez este seja apenas um momento obscuro
Talvez haja um arco-íris no fim deste longo e nefasto túnel
E que haja uma ninfa radiante, para acender meu mundo,
E tirar meu coração deste beco escuro, sem futuro.

Rosinha

Como eu gostaria que o vento não soprasse,
E te levasse para longe de mim
Que o tempo parasse e me deixasse sentir
O calor da sua pele, a maciez de seus lábios, que me derretem.

Como eu gostaria que a semana hibernasse,
Para tê-la somente para mim, sem o estresse
Minha vontade era te seduzir com lindas frases,
Abraçá-la como este meu amor que tanto me amolece.

Como seria, se a lua enfim me desse ouvido?
Se as estrelas me guiassem para perto do seu sorriso?
Bela tulipa, que tanto almejo apreciar pela janela,
Meus sonhos, sem pedir, são seus, como as folhas da primavera.

Como a minha imaginação me levou para tão longe?
Perdi, desde o início, o controle sobre os meus planos
Querida, Deus finalmente me acudiu e me trouxe um anjo
Só queria que estivesse aqui, para que eu pudesse recitar em romance.

Com todas as pedras em que caminhamos,
Ainda guardo comigo, intacto, o desejo de dizer que te amo
Não consigo expressar a alegria que sinto quando te encontro
Mas, gostaria apenas de agradecer, por que, apesar de todos esses anos,
Você dominou meu mundo, meu ar, meus sonhos.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Girassol

Boa noite, sei que não deseja me ver
Não se irrite, já estou indo embora
Mas, antes que eu desapareça, queria te dizer
Que o meu coração por ti chora
Sei que você não irá me atender
Já estou indo, chegou minha hora
Mas, antes que eu saia de perto da sua porta,
Poderia apenas prometer que irá ler?
Por favor, só peço alguns segundos
Não te ofereço o mundo, pois ele está de luto
Coitado, perdera seu sol, perdera seu tudo
Por favor, leia esta carta, de um menino sujo
Que tocou sua campainha sem nem pensar no futuro
Prometo que não irei mais incomodá-la, girassol
Prometo, ao fim destas palavras, que ficarei só.

Fui tolo, confesso, cobicei uma presença real
Fui bobo, sonhei que seríamos um casal
Deixei minhas desilusões carinhosas me levarem
E, cá estou, chorando sem conseguir aguentar,
A falta que me faz te olhar, te ver gargalhar
Gostaria tanto de poder vê-la suplicar,
"Só mais um abraço, amor, venha cá"
Gostaria tanto de te abraçar, dizer te amar
Me perdoe se eu mudei, me perdoe
Deixo aqui, com várias dores, meu adeus
Eu te amei, ele sabe tanto quanto eu
Eu te amei, girassol, e agora,
O campo não mais floresce, apodreceu.

Horizonte

Estou chorando, pensando em você
O telefone está tocando, mas não irei atender
Não consigo me reerguer, me sinto fraco
Não sei o que fazer, me sinto a mercê da dor
As memórias não cessam o fogo
As minhas lembranças me deixam afoito.

No esquecimento eu reservei um assento
Um lugarzinho, para que você possa descansar
Um vazio, que jamais poderei silenciar
Não tema, digo aqui, em um tolo poema incompleto
Que sempre a amarei, pergunte ao horizonte
Ele sabe bem o quanto sinto sua falta, daquele campo florido
O quanto sinto saudade de nós dois sorrindo
Do seu beijo me causando arrepios
Do meu abraço segurando forte o meu mundinho
Mas, como uma brisa suave, esse tempo se foi
Se foi, para sempre e não voltará, não mais
Hoje vivo a solidão, que sempre te traz de volta
Como uma miragem em revolta, me atacando.

Estou chorando, não sei quando terminarei
Mas sei que contigo sempre sonharei
Prometo que guardarei você nestas minhas rimas
Frases líricas, sofridas, para ti, linda
Guardarei o desejo que eu tento arduamente calar
O desejo de te carregar, te beijar sem parar
Me afogar em seu mar, como um dia eu fiz
Como no dia em que eu fui realmente feliz.

domingo, 20 de outubro de 2019

Morrendo de Amor

Maria, avisa mainha que eu estou namorando
Como ela é? Ah, Maria
Juntinho dela parece até que eu estou sonhando
Não sei explicar, ela melhora meu dia
Ela me faz bem, Maria, aumenta minha autoestima.

Maria, não diga para o pai não, viu?
Sabe como ele é, não quero confusão
E também não diga nada para o nosso tio
Se painho perguntar, finja que não me viu.

Ela é linda, Maria, cheirosa, maravilhosa
Agorinha mesmo estou pensando nela
Seus lábios desenhados, sua pele sedosa
Suas curvas impiedosas, as suas belas pernas
Maria, ela é tudo isso e um pouco mais
Ela me traz a paz, Maria, mesmo estando tão longe
Perto dela, fico manso, calmo como um monge.

Quero que ela partilhe da sua vida comigo, Maria
Quero ajudá-la, abraçá-la, beijá-la
Confortá-la quando a tristeza chegar
Acalmá-la, afirmando ser bela, sem parar
Impedir que a infelicidade lhe faça uma visita
Impedir que ela seja ferida.

Maria, quero tanto que você a conheça
Ela é o reflexo da lua sobre o mais limpo rio
Tolo sou eu ao tentar descrever tamanha beleza
Maria, ela é como um solstício
Sua pele é tão fria, mas seu beijo é tão quentinho
Suas pernas são tão esbeltas, que induzem ao vício
Mal consigo montar versos, para desenhar tamanha obra
Folga o meu coração desconhece
Afoba minha respiração quando ela me aquece
Pois então, Maria, ela é uma coisinha, viu?
Beldade como ela, arrisco dizer que nunca existiu.

Veja o presente que comprei pensando em seu nome
Maria, será que ela irá gostar? Diga e não me engane
Quero que isso diga claramente "Eu te amo".

Maria, espero vê-la ainda sexta
Ela disse que está um pouco com enxaqueca
Que talvez seja o estresse da rotina
Maria, ela acabou se tornando minha própria vida
Espero vê-la logo, em um lindo dia
E, em um lindo dia eu a pedirei
Maria, eu farei o pedido enquanto seguro sua pequena mão
Ainda algum dia, eu a pedirei, em total paixão.

Maria, eu a amo muito
Aquela que sempre me encontra no portão
No cemitério, ao anoitecer, ao cair da escuridão.

domingo, 13 de outubro de 2019

Entardecer

Querida pombinha, abra sua janela
Estou aqui fora, na primavera
Veja, as flores estão voando, abra sua janela
Quero contemplar o seu sorriso, abra ela
Querida pombinha, que saudade que me deixou
Por onde você esteve por toda a minha vida?
Levou a minha tristeza embora
Para dar lugar a sua alegria.

Querida tulipa, desculpe pelas rosas
Tentarei conquistar seu coração de outro jeito
Mas tenho receio de me apaixonar mais, ora
Você me enfeitiçou, tulipa, com certeza sonharei contigo
Em navios titânicos me afundarei, em seu bel-prazer.

Ah, mal sabe o quanto desejo sentir seu aroma
Seu perfume, que minha mente tanto ama
Pudera eu ser capaz de explicar, o quanto eu quero
Como quero abraçá-la, beijá-la, torturá-la
Com vários mimos, chamegos, em arrepios
Sua pele vibrando e você sussurrando
Chamando pelo meu nome, enquanto digo que te amo
Enquanto assistimos, lá de longe, o sol se pondo.

Linda Estrela

Não estou conseguindo lidar
Sua ausência está me devorando
Meus lábios desejam te beijar
Meus pensamentos almejam te amar.

Tenho escrito tão pouco, linda
Tenho ficado tão cabisbaixo, sem vida
As estrelas perderam o seu brilho
Viver sem você perdeu o sentido
Desculpe se pareço submisso, abatido
Sinto apenas saudade de seu abraço,
De como era a vida sobre seu doce sorriso.

Linda, espero que esteja bem
Não irei procurá-la em outro corpo
Pois sei que jamais haverá alguém,
Que consiga me beijar como você
Que consiga invadir meus sonhos, apenas você
Que dirá palavras belas quando eu estiver prestes a chorar
Eu temo que nunca terei outra chance,
De abraçar um anjo, sentir seu aconchego.

Linda, viva feliz, pois é merecedora
Tentarei viver sem ti, linda Olga
Flora, Aurora, Amora
Deixo neste pequeno papel, meu adeus
Adeus, amor meu,
Em te conhecer, agradecerei sempre a Deus.

Devore-me, Tempo

Tempo, eu não te odeio
Também não tenho receios
Sei o quão brutal você consegue ser
Também sei como é difícil te entender
Mas, acho que eu estava precisando de você
Estava precisando me reinventar, amadurecer.

Tempo, se me ceder um pouco mais,
Acho que as tristezas ficarão para trás
E eu conseguirei ficar em paz
Mas sei que irá me ajudar,
Nesta minha recente jornada ao mar.

Tudo o que escrevi nas nuvens, desapareceu
Aquela serenata que escrevi, morreu
O meu coração, tempo, se aborreceu comigo
Estamos sem nos falar, sem palpitar
Estou indo de lábios a lábios sem me importar
Sem dizer amor, sem sentir calor, sem valor
Estou afogando minhas desilusões debaixo do cobertor
Sem me importar com quem estou.

O vazio, tempo, o vazio
Ele está, dia após dia, acabando comigo
Não estou conseguindo destruí-lo
Se tornou um detestável inquilino
E ele está me persuadindo,
A enxergar o amor como um inimigo.

Tempo, ultimamente eu tenho refletido
Pensado um pouco mais sobre o que sinto
Pensado sobre a maneira que vivo
Passei por uma crise mental e social
Mas, agora estou melhor, retornei ao normal
Porém, tempo, às vezes tenho pensamentos repetidos
Aqueles que me deixam depressivo
Não sei se conseguirei silenciá-los permanentemente
Temo que ressuscitarei eles a qualquer momento.

Meus textos decaíram, tempo
No começo eu escrevia em passatempo
Agora mal passo perto do caderno
O que aconteceu comigo, tempo?

Quero que você passe, para me curar
Quero que você passe, para me ajudar
A sarar este meu coração, que grita de dor
Quero que seja meu amigo, que me ajude a deixar o amor
O amor que doei e não recebi
O amor que lutei e me iludi.

Pois então, tempo, apenas passe
Sei que de qualquer jeito irá, será saudável
Apenas... passe, me dilacere
Maltrate.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Esquecimento Árduo

Eu a deixei, senhor
Não estava mais suportando a dor
Meu coração gritava diariamente por socorro
Mas, ao tempo em que ele queria desistir,
Ele criava motivos para persistir
Não sei o que sua santidade planejou,
Mas, ela fora a deusa que em meus sonhos deitou-se
E, o senhor sabe bem das minhas lágrimas
Sabe bem das noites claras,
Que fiquei esperando suas mensagens.

O senhor sabe o quanto chorei
O quanto solucei para manter um semblante,
Calmo, tranquilo, como um monge
Mas, por dentro, me encontrava despedaçado,
Visto somente em relance.

Por que o senhor me fez assim?
Escrevo dedicatórias quando por alguém estou afim
Escrevo depressão quando estou sozinho
O tempo passa diante de mim, e,
Junto dele, as lembranças da amada
Daquela que decorava minha imaginação mais adorada
E que hoje, me maltrata em sonhos lúdicos
Que me abraça em devaneios tão lindos e únicos
Por que, senhor, eu continuei, mesmo em desconfiança?
Por que, após a mágoa que sofri, desejei as alianças?
Por que eu a desenhei em textos de vulgo “dama”?
Por que ela não se desprende de meus pensamentos?
Nem mesmo um dia sequer da semana?

sábado, 7 de setembro de 2019

Cicatrize

Estou acabado, olhando pela janela
Esperando quem nunca irá chegar
Esperando pela doce e fofa donzela
Não esperei que fôssemos ficar juntos
O destino lutou contra mim, por muito
O tempo me apunhalava a todo momento.

Eu juro que tentei ficar junto dela
Juro que fiz de tudo pela morena
Mas, ela mesmo não tinha esperança
Lutei, por meses a fio, sem conforto ou segurança
O adeus enfim se desprendeu de meus lábios
Choramos, nós dois, e continuo em lágrimas
É difícil, está sendo difícil suportar o passado
Pois, minhas dedicatórias para ela, estão nestas páginas
Meu amor por ela está em canções, seu cheiro ficou no meu quarto.

Queria dizer que a amo, que não irei desistir
Mas não sei se o meu coração irá resistir
Queria dizer que ficarei com ela
Mas não sei se consigo aguentar mais sequelas
As minhas cicatrizes ainda não fecharam
Sinto sua falta, sinto muito a sua falta
Talvez minha inspiração para escrever entre em férias
Sinto sua falta, sinto vontade de chorar
Apaguei nossas fotos, mas as letras e textos te tornarão eterna
Mas eu te amei de mais, com todas as minhas forças
E continuarei a sonhar, lembrar e chorar.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Distância

Esse será um texto sem foque nas rimas
Quero apenas te dizer meus medos
Eu não estava esperando uma intrusa em minha vida
Mas, acabou acontecendo, acabei te conhecendo
Não deveria, mas acabei me envolvendo
Não deveria, mas acabei te querendo
Às vezes eu te disse que tenho sonhos,
Em que você aparece, e me alegro, em prantos
E eu te afirmo uma coisa, escrever isso não foi um engano
De fato, sonho contigo, e, me irrito por isso
Pois foge do meu controle, você me deixou afoito
E, agora, e só agora eu finalmente entendi,
A razão por trás desse meu medo, outrora sem origem
Essa saudade que sinto, compreendi o por que ela não desiste
Tenho um medo compreensível, um medo plausível, que,
Com essa distância, você acabe conhecendo alguém,
Melhor que eu, ou simplesmente que esteja sempre presente
Isso me congela, pois é viável, penso nisso diariamente
E, ao pegar meu celular vejo, seis dias que você está ausente
Seis dias, e só consigo falar contigo virtualmente
Isso não está certo, isso está... errado
O meu coração, bipolar como só, já se sente só
Você está com outro, não está? Me fale
Confesse para mim, antes que meu coração se despedace
Eu queria que você falasse, de verdade,
Que seremos um casal, real
Queria te vê-la, poderia ser apenas aos sábados, tudo bem
Mas... eu só te vejo de cinco em cinco meses.

Eu disse e apoio, você se tornou mais importante que a minha ex
Ex aquela que me tornou o amador que sou com as palavras
Ex aquela que inspirou duzentas e poucas dedicatórias
Ex que tanto adorei amar, que tanto adorei conquistar
Mas, a dor que a sua ausência me causa não consigo explicar
E, não sei o que se passa em sua cabeça, a cabeça de mulher
Não sei se você é uma daquelas que adora torturar
Não sei se você sofre igual, mas se amedronta em contar
Meu medo é que, na carência pela ausência, outro venha a te acalmar,
Te abraçar, te conquistar, te roubar do meu amor
Esse é o pensamento que tenho, por quê já me acontecera no passado
Sei que não é sua culpa o valor que te coloquei, eu sei
Mas, eu só te quero aqui, do meu lado
Para que eu possa sussurrar em seus ouvidos que você é a princesa,
Retirada diretamente de um conto encantado.

Estou deixando o meu celular ligado, coitado
Mas, ele não me notifica, nunca, seus recados
Você desaparece, assim como um mago, sem deixar rastros
E, o pior de tudo, é que não posso fazer nada, estou atado
Posso pegar as chaves, ligar e sair de carro
Mas, não posso ir até aí, não posso... estou sendo brutalmente torturado
Fale que ficará comigo, que ficaremos juntos por mais que uma hora,
Que, apressado, comprarei aqueles anéis prateados,
Só... me fale...
(Assinado, um idiota apaixonado)

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Pobre Coração

Em um dilúvio de ideias,
Tudo o que me resta
É pensar nela.

Enquanto os dias passam,
E as noites me solapam
Busco refúgio, como um cãozinho assustado,
Em memórias aconchegantes, esperando reparo.

Exangue, diante a um sorriso vibrante,
Enlouqueço-me, deslumbrando o vermelho brilhante
Agonizada e desamparada, a triste saudade clama teu nome
"Donzela, para onde fugiste? Cansou-se deste teu amante?".

E, tal como Carolina
Musa, pudera eu audaciosamente chamá-la de minha
Transformaste na rainha de meu xadrez
Em águas, longínquas, em escassez
E, em olhos do vira-lata, preto e branco,
Resumo meu mundo sem "você".

Aguentei por horas a fio os gritos de solidão
Mas, o meu coração se encontra sem guarnição
Incapaz, pobre coitado, de se defender
Incapaz, pobre coitado, de se compreender
E, tudo o que ele consegue dizer, em desolação
Confesso, em murmúrios, não conseguir escrever
"Irei te amar em direção ao horizonte,
E jamais haverei de te esquecer".

Saudades

Às vezes se torna um conto cômico
Se lembrar de alguém que não irá voltar
Acaba por se transformar em algo momentâneo
Assim como um beijo que jamais voltarei a sentir
Aqueles lábios macios que jamais irei usufruir
Curvas que minhas mãos nunca mais poderão conduzir
Tudo o que resta é um pobre coração infeliz.

E, em demasiada expectativa
O abandono me deixou em profunda agonia
E, talvez sem um bilhete ou recado,
Aquela tristeza que eu julgava ter superado
Hoje está aqui, bem do meu lado
Sussurrando palavras que provocam lágrimas
Lágrimas em depressão, vazias, sem bela emoção
Debulhando-me, recordo outros contos, que pensava serem eternos
Assim como aquela frágil pétala,
Que prometera ficar comigo em inverno, e que se fora bem antes
Agora me vejo em péssimo semblante
Implorando que, em misericórdia, eu tenha mais uma chance
Peço apenas mais uma, desejando ardentemente um único romance.

A caneta começará a se revoltar
Em versos e páginas eu a abuso, sem parar
Sem folga, sem férias, noites a madrugar
Mas, ela sabe que, se eu a soltar
Eu irei me afogar, em mares sem horizonte
Mas deixarei no sótão este ser repugnante.

domingo, 30 de junho de 2019

Campos Floridos

Estou sentindo aquele vazio
Estou escutando os meus suspiros
Aquele medo que antes eu sentia,
Está retornando, mais intenso, quem diria?
Aquela solidão que outrora me tinha,
Hoje está voltando mais forte do que eu lembrava
Adeus à alegria, autoestima ou estima
Estou em afogando em depressão, em dilúvio
Queria escrever uma canção de amor
Porém, estou mudo, em total desuso.

Todos esses versos voariam ao vento,
Se ela estivesse aqui, mas, faz tanto tempo
Não consigo me lembrar de nossos momentos
Arrancados e destroçados pelo tempo violento
Minhas lágrimas fazem serenas ao se recordarem dela
Minhas palavras se dedicam descrevendo minhas sequelas
Deixadas por aquela que sempre me fazia sorrir
Deixadas por aquela que fazia eu me sentir feliz
Aquela, que hoje não está mais aqui.

Deus, me diga, para onde o senhor a levou?
Por que, senhor, ela se foi e me abandonou?
Não me deixou uma simples carta em despedida
Não me deixou um só fio em minha coberta macia
O que farei agora? Se amá-la era o que eu mais adorava
Se amá-la era o que eu sabia e apreciava em minha vida?
Como continuarei esse conto romântico sem a atriz preferida?

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Sorrisos Anônimos

Seus lindos olhos sobre rascunhos irei pintar
Indagando, em murmúrios, quando iremos nos encontrar
Talvez eu esteja em grandes apuros
Com um desejo ardente de te amar
Que infortúnio, não?

Suas curvas tão sugestivas, desejo acariciar
Não me negue-as, senhorita, não me faça implorar
Assim como o pedinte de barriga vazia,
Encontro-me desesperado, ordenado a te amar,
E preencher o vazio que se encontra em minha vida.

Outrora, numa noite fria, lembrei de ti, Aurora
Perdão, Jasmine, morena minha, formosa
Escrevi, querida, uma poesia em prosa
Juntamente a minha saudade impiedosa, que,
Em meio a terrível solidão, me conforta.

Sinto sua falta, de modo extravagante
Vejo seu sorriso em rostos anônimos
Sinto o seu aroma em jardins distantes
Dizem que não sou mais o mesmo de antes
Seu jeitinho causou a demolição de um sujeito intolerante
Apesar de minha antiga desconfiança permanecer constante,
Você está se tornando cada vez mais importante
E, espero não está apenas sobre um efeito alucinante
Não quero que a traição me torne novamente um ambulante
Sem coração, sem amor, sem um destino
Peço então, em clemência, que não faça isso comigo.

sábado, 22 de junho de 2019

Cobertas

Sei que nós não estamos bem
Sei que nós não nos cuidamos bem
Sei também que você possui alguém,
Que sou apenas um manequim dos bons costumes
Que somos apenas atores, diante as luzes
Não te culpo, tão pouco te odeio
Não te escuto, mas já tinha receio
Confesso não entender o porquê ficamos desse jeito
Fiz de tudo para proporcionar aconchego
Fiz de tudo para apimentar nossos momentos
Mas, talvez eu apenas estivesse cumprindo com o meu papel
Talvez, eu era apenas um peão, em um jogo cruel
Destinado a ser maltratado, a ser usado
Vou te contar, eu chorei, chorei muito
Foi ontem à noite, no canto do escuro
Não estou conseguindo lidar com seus abusos
Não aguento mais viver com este insulto
Mereço ser livre, feliz, enquanto você se deita junto a outro
Ficarei bem, mesmo sabendo que você não se importa
Ficarei bem, só não volte a bater minha porta,
Quando se sentir só, sem um corpo sobre suas cobertas
Esteja certa de uma coisa,
Você nunca aprenderá o que é amar uma pessoa por completa
Viva sua vida, encoberta por perfumes e pregas
Termino aqui essa minha carta, um tanto quanto incompleta
Deixo, junto a ela, o amor antes declarado a donzela
Não passou despercebido à ilusão, inimiga eterna
Boa noite, que você continue em suas orgias prediletas
Boa noite.

domingo, 9 de junho de 2019

Buquê de Rosas

Às vezes sinto medo de te perder
Na verdade, espero que eu vá te ter
Mas sinto medo de alguém te afastar
Alguém que conquiste você
Alguém que seja melhor do que eu
Alguém que te faça esquecer ao amanhecer
Tudo o que aconteceu.

Sou inseguro sim, e temo que não terá fim
Sou inseguro sim, mas veja, estou tão afim
De lhe proporcionar a mesma felicidade,
Que em minha imaginação se instala
Quando escuto a voz que me deixa com vontade,
De te beijar, te abraçar, de te amar.

Sei que escrever poesias é algo incomum,
Algo que muitos irão rir, debochar, mas para mim nela fluem
Sentimentos evoluem, como este que estou carregando
Como este que estou me apaixonando
Então entenda, por favor, este meu medo
Essa minha incerteza que, outrora, acabou com a minha destreza
Sinto medo, temo que você me deixe por outro, princesa

Não sou muito sagaz, pouco esperto, mas, amo de mais
Pudera eu te ver a todo momento, presentear um buquê
Se eu lhe der um, não me pergunte por quê
O amor não conseguiremos nunca entender
Mas, estou aqui, a mercê novamente
Implorando à Afrodite, que este seja o momento
Que seja você quem eu estou procurando a tanto tempo.

Só não quero ser enganado, ou traído, jogado fora
Escrevi tantos, mais tantos textos sobre isto
Só quero continuar escrevendo sobre a alegria,
Que sinto quando te vejo sorrir, meio tímida
De quando você desvia o olhar, tão linda.

Não sou de mentir, pois não quero dar espaço a falsidade
Você é bela, e me faz pensar se mereço ficar do seu lado
Escrevo bastante, eu sei, devo estar "enchendo seu saco"
Perdão, mas, palavras é o que tenho para oferecer
Que você realmente faz cada verso valer a pena
E, olha só, tudo começou com uma simples e boba conversa
Nunca pensaria que eu acabaria conhecendo minha Madalena
Que encontraria a paz, o calor, aquelas lembranças obscenas
Desculpe minha linguagem leiga, sou apenas um idiota,
Tentando agradar alguém da realeza, está sendo um problema
Ah, nega, o meu desejo de te ver não me permiti adormecer,
Sem sonhar contigo, ah, quanto quero te ver...

Ciclo

Estou com medo de voltar a amar
E se tudo se repetir?
E se eu voltar a me machucar?
Não quero reviver momentos tão sombrios
Em que eu não conseguia expressar um simples sorriso
Em que eu questionava repetidamente o sentido
De continuar vivo, deprimido.

Eu tenho medo de voltar a confiar
E se tudo se repetir?
E se eu voltar a me enganar?
Não quero reviver lágrimas, dias a chorar
Por uma pessoa que mentiu, que me deixou sem avisar.

Tenho muitas memórias que justificam a minha desconfiança
Mas, curiosamente, nunca cheguei a comprar alianças
Hoje, entretanto, elas não contêm significância
A traição se tornou tão padronizada,
Tão bem orquestrada, utilizada,
Que sei que eu acabarei participando do seu ato
Sei disso, não por descaso, sim por ser um fato.

Não quero beijar uma boca que não me anseia
Não quero escrever dedicatórias para portadoras de impurezas
Quero poetizar, mas para uma princesa
Ou uma camponesa, fora da realeza
Quero dizer que amo, atropelando o engano
Quero olhar no fundo dos olhos sem medo do abandono.

sábado, 1 de junho de 2019

Ninfa Amada

Linda, penso em ti sempre que consigo
Às vezes me imagino lhe carregando, em carinho
Petrifico-me por completo em pensar que tu vás a desistir
Aprendi que o cordão que mantém a felicidade próxima a mim,
É fino, tão fino, que sinto pavor que ela vá me deixar sozinho.

Estou precisando de ti, meu amor
Sem temor, digo em alto e bom som, MEU AMOR
Não terei medo de que tu sejas somente uma miragem
Desejo apenas caminhar junto a ti, esta misteriosa viagem
Não estou interessado no destino, só a quero comigo
Sei que, se partires, será difícil te esquecer
Eu sei, mas, tu estará para sempre aqui, irei te escrever
Cartas estarão trancafiadas em meus cadernos
Serenatas estarão silenciadas, um silêncio eterno
Poetizarei, para te agradar, tentarei te conquistar
E, se por ironia do destino eu conseguir, irei te guardar
Serás meu tesouro, e eu, um pirata, um simples calouro.

Faço aqui mais uma dedicatória, sem pensar muito nas horas
Talvez tu a envie para suas amigas, e juntas, debochem
Tudo bem, tomei este risco a partir do momento que escrevi
"Eu te amo" sempre será uma frase pequena e poderosa
Tenho medo de usá-la, por tanto, não a usarei, mas, minha dengosa
Ainda assim, estou dando-me para ti, e, espero receber, em troca
Seu amor, seu afeto e seu calor
Peço apenas que reconheça o meu valor, pois, aos meus olhos, és uma flor
Em término, espero vê-la logo, para te mostrar meu sentimento sincero
Espero que aceite este simples texto, deste simples amador.

sexta-feira, 31 de maio de 2019

A Caminho

Sozinho eu me pego pensativo
Pensando se houve um momento
Um pequeno momento, que passou despercebido
Um pequenino momento, que se fora pelas curvas do vento
Talvez uma faísca, que tivesse como intuito, prover alegria
Não sei, temo também que nunca saberei
Porém, hoje vivo em despedida para com a minha própria vida
Já não sou mais feliz e creio que assim, morrerei
Talvez permanecerei vivo por conta de uma mentira
Dizendo que terei amor, terei uma chance, uma companhia
Mas, ah, como está sendo enlouquecedor, quanta dor estou sentindo
Muitas vezes sinto que acabarei desistindo
Testemunhos alegarão que despenquei do mais alto precipício,
Que eu estava perdido, "pobre do pequeno menino
Desiludido, coitado, pensou que todos eram seus amigos
Pensou que poderia confiar em todos, pobre do jovenzinho".

Meus dedos, trêmulos, me alertam que estou a caminho
Partirei, escrevendo sobre o carinho
Aquele que nunca haverei de conhecer
Aquele que jamais poderei prover ou manter
Se me perguntarem por que penso de tal maneira,
Não saberei como responder, sinto meu corpo perecer
Em um lugar, tão distante, mas ao meu alcance
Um lugar sombrio, gélido, mas que sou bem conhecido.

Escalando rochedos, morros e serras
Busco conforto, busco incansavelmente uma peça
Para encaixar e me fazer entender o quebra-cabeça
Antes que eu enlouqueça.

terça-feira, 28 de maio de 2019

Queridas Minhas

Minha querida Carolina
Hoje acordei pensando em você, fiquei tão feliz
Hoje senti que viveria um dia maravilhoso
Querida Carolina, já está se aproximando o ano novo
Comecei a pensar se nós nos veremos de novo,
Ou se a verei apenas em meus sonhos à noite.

Minha querida Ana Vitória
Hoje eu escrevo um pouco mais sobre a nossa história
Ana minha, minha vida, já estou ficando sem palavras
Estou caçando, no dicionário, mais apelidos para a minha amada.

Minha querida Rosângela
Escrevo em segundos nossas doces semanas
Como um garoto miúdo, lembro-me de suas lindas tranças
Ah, Rosângela, quem me dera chamá-la em dança
Quem me dera vê-la se requebrar ao samba
Oh, Rosângela.

Minha querida Amélia
Neste pedacinho rasurado escrevo que és a mais bela
Aquela, que em meus sonhos me congela
Sempre serás ela, amada donzela, estou enamorado
Minha timidez me deixa todo desconcertado
Mas, escute, Amélia, por ti, somente para ti
Estou apaixonado.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Meu Interior

Oi, me desculpe por ontem
Eu estava com raiva, estava com medo
Medo de me envolver como antes,
Medo de me abrir e ser deixado no relento.

Escrevi tantos textos, tantas histórias
Tantos muros foram erguidos ao passar do tempo,
Que, agora não consigo mais destruí-los
Fazem parte de minha trajetória, de meus momentos
Mas, quero me desculpar, me desculpe
Sei que te culpei, sem razão, sei que sou o vilão.

Já compus tantas letras de amor, tantas de depressão
Tantas fictícias, tantas sobre a solidão
Que acabei deixando de lado o meu coração
Esqueça tudo o que eu já lhe disse
Estou aqui, permitindo, raramente, que alguém me leia
A tristeza em mim existe, persiste em me ferir
Tenho medo de sair da minha aldeia
Tenho medo de expor meus sentimentos.

Peço perdão, não estou conseguindo rimar
Estou apenas conversando, sem me importar
Parte de mim, ninfa, se arrependeu da dedicatória
Aquela que te fiz, em melodia, aquela, melosa
Parte de mim me disse, linda, que fui tolo
Que serei enganado, como antes, que serei alvejado
Mas, sei que não devo te culpar, pois você é inocente, sou um bobo.

Sabe, fiquei triste contigo,
Quando descobri que você mantinha conversas com alguém,
Que jurava de pé junto ser meu amigo, acreditei, triste
Magoei-me profundamente e, sinceramente, ainda penso nisso
Triste às vezes reflito, aflito, se não sou ninguém
Chorei, morena, há muito tempo chorei, quando dediquei
A suposta musa, um poema, pequeno, simples, sereno
Chorei, morena, há pouco tempo chorei, sem querer
Quando li todas as serenatas que fiz, todas as poesias que escrevi
Chorei, morena, quando vi, em reflexo, o que me tornei
Sem conseguir decifrar quem sou, se de fato sou alguém.

Em crise, caminho por um bosque apagado, querida
Escrevo textos para cicatrizar o passado, feridas
Deixo em papéis listrados, romances nunca realizados
Deixo em papéis rasurados, amores nunca amados.

Desculpe, escrevo sempre de mais, escrevo sempre vazio
Tentei mudar, acredite nisso, tentei ser mais inexpressivo
Tentei, morena, mas falhei, miseravelmente
Mas cá estou, escrevo de todo peito, sinceramente.

Gosto de ti, mas tenho medo
Falo asneiras para ti, mas tenho medo
Cantei para ti, mas tenho medo
Medo que seja tudo fruto de minha doce imaginação
Que na verdade você não goste de mim
Inseguro, sei que sou, mas sou assim
Tenho falhas, minha linda joaninha, tenho falhas
Falhas essas que me assombram ao soar a madrugada.

Perdão, mas, permita-me lhe apresentar meu mundo
Espero que em minha mente, você desfrute
De perversões, de ondas e ondas de estações
Minha primavera se assemelha ao beijo em fervor
O meu outono se identifica com as minhas emoções.

Penso tanto em como te agradar, que enlouqueço
Mas, o medo, ah, o medo, ele me aprisiona
Sou um canário, preso, sem fuga, sem glória
Quero que saibas que não a odeio, mas, tenho tantos receios
Que atropelo meus desejos, meus anseios, minhas provas
Desejo repousar, sonhar, sobre seus seios
Acredite em mim, pois, estou às cinco da manhã sem dormir
Apenas para dedicar, sem saber qual será o meu fim.

Morena, o meu medo não será levado pelas ondas
A desconfiança se tornou meu porto seguro indesejado
As águas em meu pensamento não estão mansas
Mas desejo, aguardo, prezo, que eu consiga me libertar
E voar, para seus braços, ou você para os meus
Aqui eu me despeço, enfim, depois de todo este texto,
De nada singelo, e sim, lido com tédio
Beijos, virtuais, invisíveis, mas reais
Até logo... assinado, um garoto simples,
Com problemas mentais.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Ajude-me, Senhor

Doutor, me diga, o que eu tenho?
Às vezes estou sorrindo em devaneio
Outrora, lágrimas cortam o meu peito
Estou cansado, doutor, não aguento
Com tão pouco tempo de trilha,
Já fui apunhalado e jogado ao relento
Certos erros que cometi, ganharam vida,
E me assombram, oh, que tormento.

Doutor, por que sofro desse jeito?
O que fiz? O que esqueci de fazer?
Sei que não sou perfeito, eu sei, doutor
Mas, será que mereço? Quanto mais irei sofrer?

Doutor, cuide do meu filho
Oriente-o, para que ele não siga o caminho do pai
Que seja, carnívoro ou onívoro
Mas, que ele seja, além de tudo, sagaz
Pois, o que me faltou, eu quero que ele tenha por demais.

Doutor, eu confiei em tantas Dalilas
Que a minha vida para sempre estará em ruinas
Confiei a algumas, meu amor, meu calor, os meus versos
Em recompensa, fui arremessado, isolado, ao deserto
Chorei demais, doutor, e como chorei
Pedi demais, doutor, e ainda pedirei
Para mudar, me tornar um animal,
Com apenas desejos carnais e nada mais.

Doutor, quero não mais argumentar perante o espelho
Não quero mais discutir comigo mesmo
Quero viajar lábios a lábios, sem me apegar
Quero velejar em curvas que não irão me devorar
Estou cansado, doutor, de me entregar e me enganar
Tudo que faço é pensar no próximo
Por que, então, doutor, me desprezam com tamanho ódio?

Doutor, o senhor não sabe,
Mas, já escrevi serenatas de bela vontade
Acredite ou duvide, foram ridicularizadas, doutor
Elas foram esculachadas, enojadas
Diga então, se estou doente
Por que ainda continuo escrevendo-as diariamente?
Até quando estarei na reciclagem?
Até quando serei usado? Ou isso tudo faz parte?

Não, doutor, não tenho orgulho de quem sou
Não me adoro ao reflexo, ah, o rancor
Não sei mais o que fazer, preciso do senhor
Acho que estou doente, sinto tanta dor
Faça ela passar, bom doutor, por favor
Estou à deriva e tenho medo de me afogar
Não tenho ninguém para me salvar
Nem mesmo aquelas pessoas que me pus a ajudar
Abandonaram-me, caro doutor, todas elas se foram
Viver um outro amor, foram se aproveitar de outro
Sofredor, doutor, como eu, ah, quanto desamor.

Estou cansado de sempre tentar,
Falhar, me recusar em desistir, e levantar
Quero paz, doutor, mas, não sei se sou digno
Talvez eu tenha cometido algum delito
Talvez eu esteja mentindo para o meu espírito
Talvez eu mereça estar ao pé deste precipício
Caro doutor, diga-me, o que eu devo fazer?
Devo ceder? Cair, para esquecer de tudo?
Tenho medo de, quando sol nascer,
Eu ainda esteja só, no escuro.

Doutor, às vezes eu fico pensando sobre a minha postura
Fico pensando se eu deveria ser mais agressivo
Ter menos "jogo de cintura", mais instinto, ser menos pensativo
Doutor, quero ser comum, normal, apenas um indivíduo
Com desejos, com medos, pensamentos reprimidos
Não quero me preocupar com o bem-estar alheio
Não quero ajudar pessoas e relacionamentos passageiros
Quero ser um Don Juan, doutor, mas, não consigo
Não consigo visualizar damas como simples objeto, estou perdido.

Doutor, desculpe este meu monólogo
Obrigado por me escutar, me sinto melhor
Espero vê-lo logo, tenho tanto mais para dizer,
Desabafar, tenho muito para falar
Obrigado novamente, doutor
Devo ser o paciente mais problemático do senhor.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Nega

Oi, estou escrevendo mais uma carta
Peço que a guarde, junto com as minhas palavras
Não posso te prometer a qualidade,
Nem mesmo a beleza, ou uma demonstração de sagacidade
Tudo o que tenho é a simples sinceridade e ingenuidade genuína
Veja bem, não sou Juan, tão pouco Ricardo
Assemelho-me mais a Romeu, que engraçado, não?
Escrevi tantos textos, já este será dedicado
Guarde-o em seu armário, para que se lembra,
Que um dia, alguém lhe fez uma poesia
Feia? Mal escrita? Talvez sim, mas não de mentira.

Caminho, e sempre caminharei junto à desconfiança
Não se zangue, a tenho desde a infância
Claro, a juventude não a remediou, mas encontrarei esperança
Enquanto isso, vou talhando com a caneta, buscando a semelhança
Tornar essas palavras tão belas quanto ti, morena, dama.

Estou enferrujado, a última dedicatória fora escrita no passado
Passado aquele que tento deletar, ou apenas atrasá-lo
Humilhado pelas supostas "musas", fui afastado, apedrejado
Criei, como fuga, a tal personalidade de palhaço
Com um sorriso vazio e o coração flagelado
Mas agora, e apenas agora, o deixarei um pouco de lado
Por alguns minutos deixarei minhas cicatrizes mudas
E te dedicarei um romance, vermelho como o tom de minha blusa
Não vou escutar minha consciência que insistir em dizer que,
Estou cometendo um erro recorrente, mas não creio
Mas também, nunca a escuto bem.

Você uma vez me perguntou,
Receio que já tenha esquecido,
O que eu havia visto em você
Aquela típica pergunta,
"O que você gostou em mim?"
Dúvida essa difícil de sanar
Assim como ficar frente ao mar
Não há se quer uma palavra que ouse decifrar,
A beleza do horizonte
Mas, sei que você irá duvidar, tudo bem.

Apesar das brincadeiras, das bobeiras
Meu pensamento me recorda, feito uma tormenta
De seus olhos, seus cabelos sobre a minha coberta
Sei que brinco, em refrão, mas não minto,
Quando digo que, naquele momento, com aquele sorriso,
Eu quase corri o perigo de me apaixonar novamente
E, só com isso já lhe parabenizo, a elogio
Pois, muitas vezes já fui chamado de frio.

Talvez não saiba, talvez rie aos quatro cantos de sua casa
Mas, eu não busco uma mulher devassa, sem a graça
Eu não busco curvas, seios avantajados, ou uma "gata"
Tudo o que anseio eu tive contigo, e não me custou nada
Foi indescritível a sensação de abraçá-la,
Enquanto, com os seus olhos fechados, eu lhe beijava
A cena, essa sim foi única, contigo deitada em minha cama
Sem malícia, sem perversão, apenas uma linda e pequena ninfa
De pele escura, cachos macios, e uma aconchegante cintura.

Como não me asseguro que sou especial para você
Rego minha imaginação, sabe por quê?
Porque talvez eu não volte a te ver
Mas o momento especial, nega, eu guardei
E para sempre o terei.

Conforme as horas vão passando, eu vou me lembrando
Não das minhas "mãos bobas" sobre a sua pele macia
Tão pouco de minhas tolas tentativas de tê-la
Me lembro de você me abraçando, dizendo que deveria partir
Me lembro bem que eu não queria você longe de mim
E, nesta frígida madrugada sem lua, estou aqui
Escrevendo, esperando que você comece a sorrir.

Talvez, como Peter Pan, você me esqueça
Mas, hoje e agora, você é a única
Na minha lista de futuras proezas
"Carregar e me deitar junto a uma linda princesa"
Se conseguirei cumprir tal desejo meu, já não sei
Mas, em três páginas de um caderno simples, dediquei
Não seu se acreditará, mas, tudo bem
Tudo o que me resta dizer é que, naquele instante
Naquele pequenino momento, que já deve ter deixado seus pensamentos
Eu te amei como nunca recordo ter amado alguém
Dito isso, não desconfie de mim, senhorita
Todos os textos que te mandei foram para agradar o seu dia
Quero apenas sua alegria, mesmo que a distância, Larianne
Eis que aqui fala, declara, um reles amante.

sábado, 11 de maio de 2019

Teu Escudo

Oh, minha querida flor que tanto me inspira
Hoje pensei em você, consegue acreditar?
Pudera eu ter o dom de controlar minha vida
Quisera eu ser capaz de me separar,
Desprender deste sentimento que tanto me apavora
Esta sensação, medo, de que você talvez vá embora
Como, amada minha, espera que eu suporte?
Sem ti eu provavelmente aguardaria, em silêncio, a morte
Mas, vida minha, estou buscando amizade com a sorte
Temo não ser forte o bastante para conquistá-la
Tomá-la em meus braços, encantá-la.

Veja, cá estou, choramingando sentimentos
Acordado, para evitar meus pesadelos
De vê-la partir sem um beijo, somente o vento
Murmurando em meus ouvidos em pleno tormento.

Jamais serei Hércules, tão pouco te prometo Aquiles
Um camponês já me serve, almejando aqui
O caminho correto para o arco-íris
Não posso e não irei, te prometer o mundo
Não devo e não irei arriscá-la em apuros
Minha linda prometida, ofereço-te, então, o escudo
Um amor, talvez não mútuo, incerto, inseguro, mudo
Talvez sem futuro, obscuro ou bruto
Mas que, apesar de tudo, transparece
Reflete o que sinto, muito me agrada seu sorriso
Juro, sem rodeios, que és o meu porto, então, te seguro
Meu mundo, confuso, imaturo
Meu mundo, nosso, que prezo, que cuido.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Estou Cansado

Eu pensei que finalmente largaria a caneta
Que finalmente encerraria essa tal "carreira"
Que não escreveria mais essas poesias malfeitas
Estava enganado.

Meu querido caderno, eu confesso ter lhe abandonado
Por um certo tempo quis parar, estava desmotivado
E você se engana em pensar que agora estou excitado,
Pois não estou, fui novamente enganado
Não estou fragilizado ou chocado, apenas... cansado
Porque isso acontece sempre? Me responda
Já escrevi dedicatória, canções melosas
Já construí sonhos com musas majestosas
Então, porque, meu caderno? Por quê?

Talvez, no excesso de fúria, eu lhe queime
Para que as cinzas não me lembrem do tormento,
Lamento pelos tristes acontecimentos.

Eu quero te trair, mas não consigo
Meu corpo não me permiti
Quero esquecer de todos os textos que em ti gravei
Eu quero, mas não consigo
A loucura sussurra em meus ouvidos,
Que sou ridículo, um lixo não recolhido
Um menino que busca melodia onde não há
Que busca sinceridade onde não há
Que busca o amor para se agarrar e nunca mais soltar.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Melancolia

Minha linda sereia de sonhos encantados
Hoje lembrei-me de tuas caricias
Hoje lembrei-me e contemplei o nosso belo passado
Adoeci, minha linda sereia, adoeci
Talvez eu não conseguirei terminar esta carta
Escrevi tantas, doces como o tocar em uma pétala
Tantas, que me fogem, com a pressa
De encontrar tua dona, linda sereia, minha dama.

Os meus dedos, outrora combatentes ávidos da solidão
Hoje estremecem perante o vazio dos anos sem ti
Em meu coração, sereia, ficara à vontade e, logo, se fora
Linda sereia, entristeço-me, sem limites
Às vezes acordo quando estou prestes a sorrir,
Por vê-la, linda sereia, em minha preciosa imaginação.

Lágrimas, fora tudo o que meu caderno recebera de mim
Borrões escondem dedicatórias, escondem minha aflição
Espero, linda sereia, que esteja à minha espera
Oh, minha linda sereia, quero senti-la
Assim como naquela breve primavera, que lhe fiz a promessa
Promessa aquela que se rompera com a tua partida
Ah, que desejo incontrolável de gritar o teu nome, em desespero
Envelheço abatido, triste, com apenas versos sofridos
Almejando reencontrar contigo, linda sereia, me condeno
Em te apreciar em devaneios, em ilusões feitas pelo tempo
Linda sereia, poeta não sou e jamais serei
Pois, sem o teu amor, me torno um ninguém
Linda sereia, sereia minha, espero que ainda me ame,
Pois te amo tanto, que consigo vê-la em quaisquer cantos.

Ontem presenciei uma cena tão bela, nostálgica
Dois jovens apreciando os campos floridos da praça
Prática essa esquecida, e levada pelo vento, uma lenda mística
Mas, minha alegria deu lugar a lembranças de uma vida perdida
Ah, se tu ao menos me enviasse cartas,
Como aquelas que outrora me alegravam, simples e descuidadas
Não se preocupando com erros e com as palavras.

Amarei você até que a última rosa toque o caixão
Paixão, deixarei para traz uma vida sem direção
Pois minha musa, minha sereia, se despedira sem prévia comunicação.

Escrevo, como sempre o fizera
E, em solo fértil, quebrarei minhas algemas
Meu amor, que saudade de suas peripécias
Que saudade de nossas conversas.

Escrevo, como sempre o fizera
Esperando abraçá-la novamente, minha doce donzela
Esperando abandonar este mundo de trevas,
E retornar aos braços de minha Bela
Despeço-me, por hora, de ti
Venha me visitar algum dia, sim?
Estarei aqui, na cadeira que grita sua velhice
Estarei aqui, assim como um dia você dissera, como um "cãozinho"
Querendo mais que tudo o carinho e, tenho certeza,
Que voltarei para ti
Minha doce e linda sereia.

sábado, 13 de abril de 2019

Arco-íris

Às vezes é difícil acreditar em alguém que diz que me ama
Às vezes é difícil acreditar em alguém que me engana
Às vezes é difícil acreditar na personificação de uma dama
Eu procurei por tanto, tanto tempo, e nunca a encontrei
Eu lamentei por tanto, tanto tempo, e nunca a alcancei
Será que ela existe mesmo? Ou tudo fora fruto de minha imaginação?
Será tudo apenas uma ilusão? Uma miragem, feita para acalmar o meu coração?
Pudera eu ter uma resposta para todas essas perguntas
Pudera eu amenizar o peso que se acomodou sobre minhas costas.

Textos românticos preenchem as linhas de meus cadernos
Canções ocupam horas e contam vários momentos
Momentos estes que se foram, e encalharam na encosta
Sem jamais velejarem para o grande mar, tornando-se prosas
Melosas fora as palavras que usei para construí-los
Tediosas fora as manhãs vividas sem possuí-los
E, hoje, me vejo aqui, perdido, em busca de um arco-íris
Em busca do pote de ouro, de outro conto, de uma moça e de um moço
Um novo conto, pomposo, de um louco para outro.

Continuarei amando às cegas, com nulas promessas
Continuarei me dedicando, em frases singelas
Estarei aguardando a tal princesa,
Para me completar e apaziguar minhas terras
Minha mente está tempestuosa, me trata de forma impiedosa
Alívio, busco o alívio, já não mais respiro
Busco o arco-íris, só isso.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Recaída

Algumas pessoas que se foram da minha vida,
Não me deram tempo para despedida
Por tanto tempo eu pensei que fosse tudo mentira,
Que eu estava me acomodando a uma ilusão mal escrita.

Sonhei com alguém que não visita meu imaginário a tanto tempo,
Que a saudade me cortou como o próprio vento
Veloz, sutil, feroz, viril e intenso.

Por quê? Por que eu tive que me lembrar?
De quem, um dia, eu havia ter esquecido?
De quem tinha a capacidade de me machucar?
Tudo estava tão tranquilo, tão sereno
E agora, a dor que sinto, arranca-me do templo
Minha paz agora se tornou apenas uma curta palavra,
Nula, sem significado, nada.

Como ela deve estar indo?
Ela possui agora motivos para sorrir?
Minha vida não está em harmonia,
Foram tantas recaídas, tantas derrotas
Que, às vezes é tão difícil me levantar...
Preciso de uma pacífica folga.

Estou perdido, sou um cavaleiro sem o brilho
Sem um motivo, sem uma donzela em perigo
Estou a esmo, em segredo, à procura de um abrigo.

segunda-feira, 25 de março de 2019

O Que é a Ilusão

O que é a ilusão,
Se não um sofrimento tardio?
Que chega em momento agradável
E o transforma em algo depressível,
Em uma dor sem limites.

O que é a ilusão,
Se não a miragem de algo bom?
Que se revela, sem piedade
Com exatidão, violência, inquietação.

O que é a ilusão,
Se não um boa noite, repudiado pelo coração?
Ou até mesmo um bom dia, sem amor
Talvez, quem sabe, até mesmo uma oração
Que não se realizará, mesmo ao se impor
Um pássaro com asas, sem jamais poder voar
Um pequeno urso sem nunca conseguir andar,
Uma mamãe urso, sem jamais poder abraçá-lo
O que é a ilusão,
Se não algo feito para enganar?

segunda-feira, 11 de março de 2019

Cartas

Minha mesa está repleta de cartas
Cartas que não tive coragem de enviar
Cartas que não irão te alcançar, cartas
Aqui escrevo mais uma, estou juntando a coragem
Não sei se você irá sorrir ou me odiar
Leia ela com carinho, por favor, nela está o meu amor.

Meus cadernos guardam meus sentimentos
Meus arrependimentos, e nossos momentos
Como um cata-vento, leio eles para me refrescar
Para me lembrar que tenho a quem amar
A quem dedicar meus versos, você, dama, para você
Escrevo aqui pensando no seu beijo
Tão doce que permanece em meus lábios
Macio como uma pétala, uma flor.

Não sei se a verei novamente
Sinto-me estranho esses últimos dias
Gostaria de te abraçar, admirar seu sorriso cativante
Gostaria de caminhar de braços dados no parque,
Mas, ultimamente tenho me sentindo cansado
Quero te ver,
Meu coração implora para que ele seja acariciado.

O doutor disse que eu deveria realizar todos os meus desejos
Por favor, leia essa carta, a escrevi do fundo do meu peito
Se você a colocar em seus seios, sentirá meu calor
Quando eu partir, lembre-se de mim, guarde-a para si
Que estarei sempre em seu coração, meu arco-íris, meu serafim
Fim.

Ausente

Por que você não visualiza minhas mensagens?
Meus sentimentos estão dizendo que você é covarde
Sabe que eu quero te ver
Sabe que eu tenho frequentemente sonhado com você
Diga o que eu preciso fazer.

Sua pele morena faz falta
Sinto-me preso a algemas, por sua causa
Diga apenas que irá me ver hoje,
Que imediatamente farei minha barba,
Para te sentir em meus braços a noite.

Apesar da carteira denunciar minha idade
Ainda sou um moleque, na mentalidade
Quero sentir de novo aquele beijo doce
Sei que sonharei com você, isso virou rotina
Acho que vou sonhar com você dizendo que és minha, para vida.

Mas, assumo, eu não queria me tornar tão cativo
Mas, o seu amor eu realmente necessito
Urgente, acho que estou em estado crítico.

Nossa, acabei me apaixonando por ti
Não sei dizer o que você fez para me deixar assim
Ontem eu escrevi uma letra, depois sorri
Um riso bobo e inocente
De um sentimento crescente.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Janela na Tempestade

Dia vinte e seis de outubro de noventa e seis
Sob uma árvore, me protejo da chuva
Mesmo que eu tenha o guarda-chuva, molho minha blusa
Da janela do outro lado da rua, vive a musa
Mal sabes que estou aqui, vendo-a tocar seu violão
Notas que, em meio a fria tempestade, aquece meu coração
Não sei diferenciar minhas lágrimas das várias gotas
Acho que irei gripar se continuar com essas roupas
Mas, não quero me mover, quero vê-la, só mais uma vez
Quero abraçá-la em minha imaginação, mesmo que passageira.

A força do vento a obriga a fechar aquela janela
A janela que de longe tanto admiro, que de longe vejo aquele sorriso
Do outro lado da rua, com a janela fechada, está ela
Bela, por quem me apaixonei naquele dia de céu aquarela
Naquela janela está a minha porta para a felicidade
Joana, abra a sua janela, diga que me ama
Assim como já fizeste em meus lindos sonhos, doce dama.

Não se importe comigo, não estou com frio
Só me deixe ficar te admirando, apenas para saciar meu vício
Espero que você leia a carta que deixei à sua porta
Espero que a rosa junto a ela não seque
Espero que a tempestade não acabe, e que você continue aí
Tocando meu peito com o violão.

Joana, creio estar um pouco tonto, minhas mãos estão pálidas
Já amanheceu, meus olhos lacrimejam por não a vê-la da janela de sua casa
Joana, aceite minha carta, ela é tudo o que restou de mim
Com amor, o Tolo, fim.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Novamente

Coração, me desculpe
Acho que te machuquei de novo
Sinceramente, eu sinto muito
Deixei minha desconfiança predominar
Abandonei minha emoção, quanto descuido
Não sei se magoei uma pessoa que disse me amar
Ah, coração, talvez eu seja mesmo bruto
Talvez não consiga me entregar,
Pois sempre que encontro uma dama, me iludo.

Voltei a me isolar, cercado pelas paredes
Estou perdendo aquela imaginação
Quero respirar sem chorar, lágrimas caem às vezes
Sim, caminho em direção a comadre, Solidão.

Coração, sabes bem o que tenho feito
Dos lábios que beijei em desespero
Buscando aquela paz no peito,
Que pareço ter perdido, e não tem jeito
Ah, se fosse tão fácil assim curar,
Daquele sentimento de nunca se encaixar
Ah, se eu pudesse no passado voltar,
Várias e várias fotos de recordação eu iria tirar e guardar
Hoje o que me resta é sonhar e não vivenciar
Romantizar em textos sem sequer me entregar,
Aos momentos, a brisa do vento, aos seios do tempo
Estou velejando para uma ilha já visitada, que sofrimento.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Mensagem Enviada

Estarei escrevendo aqui uma dedicatória
Para uma sereia impiedosa
Que me seduziu com beijos majestosos
E aqui me vejo com pensamentos,
De tê-la novamente, talvez em momentos.

Escrevo para você,
Perdão se não gostar do que irás ler
Escrevo por querer, sem querer
Um texto, disperso, imerso
Com o coração palpitando, eu confesso
Desejos, em meus versos são encobertos
Como uma folha escondida no inverno
Eu proclamo, usufruindo de palavras
Belos são os seios que toquei, que senti
Singelos são os beijos que gostei de sentir
Alegre foi o estado que fiquei, que tédio, não?
Envio um texto aqui pelo celular,
Querendo te encontrar hoje
Para te abraçar e afastar essa dor que sinto,
E que parece não querer desapegar.

Escrevo por gostar de poetar
Escrevo para te agradar, sei lá
Escrevo para alegrar ou encantar
Mesmo sabendo que irei fracassar
Escrevo para acobertar o desejo de te beijar.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Convite

Venha passar um tempo comigo
Esqueça seus problemas, olhe para mim
Eu vou te apresentar um novo mundo,
Encantador, onde poderemos ficar juntos.

Deixe de lado o estresse do cotidiano
Guarde no armário os seus prantos
Deixe-me apreciar seus olhos lindos,
Castanhos, que viajam por entre meus sonhos.

Deite-se junto ao meu coração
Sinta o seu bater, sinta a sua imensidão
E, em terras desconhecidas, mares e ilhas,
Faremos nosso lar, nosso ninho, nossa vida.

Pegue minha mão, vamos voar
Para algum lugar onde a lua nos ame,
E nós permita compartilhar do seu calor
Por favor, eu posso te beijar?

Corpos Nu

Não me ignore, minha princesa
Estou batendo ao seu portão, aflito
Perdão pelas minhas tolas incertezas
Desça, venha, fale comigo
Não sei o que fazer para que você me escute
Abra a janela, por favor, estou sentindo frio,
Não me deixe aqui aos cães e uivos.

Veja a lua, se lembre daquele entardecer
Em que estávamos nos amando, amantes
Nada mudou, eu amo apenas você
Minha musa, medusa, que me petrifica em instantes
Minha musa, me seduza com os seus olhos de diamante.

Escrevo no trabalho, como um tolo escravo
Algemado ao nosso conto encantado
Entusiasmado com os seus beijos molhados
Escrevo com detalhes os meus sonhos e realidade
Peço-te, então, o seu abraço, seu carinho, seu amasso.

Queria voltar para casa, cansado, e te encontrar
Em minha cama, pelados iríamos nos amar
Não consigo me controlar ao te olhar em fotos
Como aquela com o vestido, aquele tecido lindo
Misturado com o seu sorriso tão atrativo
Quero te beijar, nossas línguas a entrelaçar
Quero te tocar, corpos a suar.

Suba sobre mim, faça-me sentir feliz
Pule sobre mim, deixe-me mais que afim
Por ti eu ficarei rígido como marfim
Para tê-la, eu viajaria mares sem fim sem dormir
Apenas para vê-la, senti-la, entretê-la.

Eu vou dizer o que todos já sabem
Sinto falta de você e de seu abraço suave
Escrevo aqui sonolento, já está tarde
Apenas para expressar minha verídica saudade
Apenas para explorar quem me proporciona felicidade.

Escolhi essa noite para lhe dedicar esses versos
Escolhi essas palavras para demonstrar gestos,
De carinho, de cumplicidade, de amor eterno
Também decidi arriscar novamente uma poesia,
Talvez para tentar persuadir alguém para que ela seja minha
Não sei bem, mas a quero fazendo dueto em minha vida.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Um Novo Ano

Retorno hoje ao papel, desanimado
Que surpresa, não? Meu coração está enraivecido
Descontrolado, me sinto com uma vontade indescritível
Quero saciar um sentimento bruto e inadmissível.

Natal e eu aqui, escrevendo com puro ódio
Só querendo deitar com a pele sobre o chão frio,
Para ver se esfria um pouco, se me deixa mais sóbrio
Não estou feliz, tão pouco estava este ano
Não sei o que deu em mim, me sinto preso ao abandono
Escrevo sem qualquer prazer ou doçura
Escrevo pois não há o que fazer em meio a tortura.

Não estava esperançoso quanto ao final de 2018
Estou parecendo Scrooge, detestando tudo e a todos
Só quero me afastar, de pessoas falsas e más
Só quero me deixar levar para algum lugar onde eu possa me deitar
Estou com vontade de chorar, enganos que me recuso a apagar
Estou com vontade de gritar, mágoas que não me deixam sonhar
Quero apenas dormir e sumir por algumas horas
Quero apenas sorrir, sem o perigo de levar uma facada nas costas.

Está sendo difícil encontrar um aconchego no exílio
Estou me esforçando muito, acredite nisso, meu amigo
Perdi a conta de quantas foram as palavras tóxicas que eu tomei
Dos "Eu te amo" que eu escutei,
E dos tropeços que eu não evitei
Talvez eu não sobreviva ao ano que vem.

Estava eu aqui, buscando me apaixonar
Mal sabia eu que se tornaria uma odisseia, pronta para me machucar
Damas e mais damas surgiram, para me enganar
Magoado, comecei a imaginar a tal musa
A tal mulher verdadeira, a que "veste e honra a blusa".

Tentei muito usar da criatividade
Mas os textos românticos acabaram ficando escassos
Tentei muito ter sonhos agradáveis
Mas, as lágrimas do passado mancharam o meu colchão
E aqui me encontro, escrevendo um texto em depressão
Festa natalina? Não, depressão
Depressão, depressão... depressão.

Eu pensava que a minha sinceridade seria minha arma
Mas, agora vejo que ela foi totalmente desarmada
Ah aqueles que falam que eu me apaixono fácil
Outros, que sou muito frio, típico de Aquário
Eu não falo nada, não ouço, me calo, fico de cabeça baixa
Mas, sinto falta daquele tempo da Garota 42
Sinto muito hoje aquela saudade que sempre volta, depois
Vitoria, o nome que desencadeou os meus textos
Esqueci seu rosto, seu cheiro sumiu no frio
Esqueci o gosto dos seus beijos vívidos
Mas, não se foi da mente sua sinceridade, simplicidade, felicidade
E estou em busca dessas qualidades, não para recriar sua imagem,
Mas, por que sei que me sentirei bem,
Com uma pessoa dessas do meu lado, assim, estarei apaixonado.

Se eu parar para pensar,
Sei que ficarei louco e irei me isolar
Se eu parar para pensar,
Sei que não aguentarei e começarei a chorar
Porém, não sei dizer bem o motivo de tudo isso
Acho que a minha vida está caminhando em círculos
Não sinto o progresso, não me sinto evoluindo
Está sendo difícil pensar, sonhar, amar
Está difícil imaginar um lugar bom para se estar
Mas, eu tenho tentado, mas, logo irá se ausentar,
Aquela parte de mim que deu início aos meus versos
Aquela parte de mim que murmurava amores eternos.

Ainda assim, procurei um momento para escrever
Sozinho, indago quem sou e quem posso ser
Estou me esforçando para fazer aquelas antigas dedicatórias
Mas, ainda não encontrei quem me despertasse a inspiração
Tudo que encontro são desejos e excitação, que nobre emoção, não?

Comecei a escrever músicas, acredita?
Criei um novo hobby, imagina?
Mas, ainda não me desfiz dos pensamentos suicidas
Nem mesmo do desejo de encontrar uma dama, algum dia
Dia esse que talvez demore, leve décadas
Mas, a minha busca, mesmo que cega, é singela
Muitas candidatas apareceram, muitas palavras, elogios,
Mas, busco alguém especial, que eu possa compartilhar
Meu amor, minhas tristezas, meu carinho.